domingo, 19 de maio de 2013

De susto, de bala ou vício (parte 2)

Ou eu não entendo bem o que diz o secretário estadual de segurança do Maranhão ou ele consegue tropeçar nas palavras toda vez que tenta explicar a profusão de crimes no estado. Há poucos dias disse ele na imprensa que o ambiente de insegurança vivido no Maranhão é artificial. Hoje, em entrevista ao jornal “O Estado do Maranhão”, ele afirma com todas as letras que o “alto índice de homicídios não mostra a realidade”. Como assim “não mostra a realidade”? Muitas pessoas morrendo todos os dias não são parâmetro então para o modelo de segurança do secretário? Essa violência aterradora que mata, assalta, sequestra... não é parâmetro? Segundo ele, as estatísticas do crime hoje estão todas associadas à disputa de grupos de traficantes de drogas em São Luís. Será? Bom, e se for de fato? Isso muda o quadro? A violência é menor porque se restringe a uma gincana marginal?

Eu respondo com trechos da crônica do talentoso artista plástico Jesus Santos, na mesma edição de hoje do jornal “O Estado”:

“Ouço pelos quatro cantos o depoimento das pessoas que confessam ter medo”.

“A conversa na cidade é sobre o medo, o pânico, a insegurança”.

Nada tenho nada contra o secretário de segurança. Acredito que ele tenha boa vontade e empenho para resolver o problema da criminalidade, que parece bem maior do que aquele que Jesus Santos pinta em sua crônica. Torço para que o secretário acerte, e rápido, sem precisar tapar o sol com a peneira. As famílias que aqui vivem agradecerão penhoradamente.

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