quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O sexo verbal de Mônica

Não é de hoje que o sexo verbal de Mônica Moreira Lima soa provocador e assumidamente lúdico. Vem de longe essa vocação matreira pra falar com liberdade, dentro ou fora de casa, de temas tabus que em pleno terceiro milênio ainda ruborizam de interlocutores modernos a mocinhas pudibundas. Com o seu didatismo erétil, Mônica criou asas ao longo dos anos e chegou ao programa de TV que lhe deu projeção nacional, pelo estilo simples e pela maneira desbocada de tocar na libido alheia.

As crônicas aqui apresentadas, depois do livro de estreia “Sexo para maiores de 18 (cm)”, em 2008, realçam o discurso libertário e a embocadura literária de Mônica Moreira Lima. Não há meias palavras ou subterfúgios nos pequenos textos, por ela intitulados de ‘rapidinhas’, nem nas palavras que saem dos grandes lábios da apresentadora que semanalmente multiplica a audiência do programa Sem Vergonha com tiradas inteligentes e deliciosamente bem humoradas.

A desinibida da TV Guará deixa claro em cada página que pra ela sexo nunca foi um bicho de sete cabeças. Discorre sobre mulheres de vulva fácil, homens de fundo de quintal, cafajestes desejosos do compartimento feminino, fetiches e extravagâncias sexuais na mesma intensidade com que desmonta a sisudez de pautas como cuidados com a saúde, a psicologia do parceiro, carência afetiva e transtornos conjugais.

Não há recato. O livro pode ser lido de frente pra trás, de trás pra frente, tanto faz se dupla penetração... Nua em pelo, Mônica Moreira Lima expõe sem pudor a sua brinquedoteca de palavras aos passantes. Deixa em cada canto de página as suas impressões digitais. Como num jogo de sexo self service, a mulher madura se satisfaz em par ou ímpar. Acompanhada ou avulsa. Não importa, o que é dela está guardado. Não é a Monica Lewinski, mas se lhe pisam os calos ela chupa o pau da barraca.

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