quarta-feira, 15 de junho de 2011
Quem eram os torturadores?
Todos os documentos que deram origem ao projeto e ao livro “Brasil: Nunca Mais” estão de volta ao Brasil, depois de alguns anos mantidos no exterior pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e pelo Center for Research Libraries (CRL). O acervo foi montado numa ação clandestina durante os primeiros anos da década de 1980 para identificar violações aos direitos humanos durante a ditadura militar brasileira. A repatriação do acervo foi anunciada oficialmente nesta terça-feira, dia 14, em ato público organizado pela Procuradoria Geral da República da 3ª Região, em São Paulo.
Os documentos foram enviados aos Estados Unidos por cautela, para evitar que informações importantes sobre a história recente do País – inclusive inúmeras provas e evidências de tortura - fossem confiscadas e até mesmo destruídas por agentes ou grupos ligados ao regime militar. Todo o material foi digitalizado e o acervo reúne 707 processos do Superior Tribunal Militar, um milhão de cópias de documentos e 543 rolos de microfilmes.
“Brasil: Nunca Mais” foi idealizado pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e pelo pastor presbiteriano Jaime Wright, e desenvolvido entre 1979 e 1985. Durante seis anos, uma equipe de 30 pesquisadores vasculhou toda a documentação militar de uma das fases mais sombrias da história política do País (1961 a 1979). Uma síntese da pesquisa foi editada pela Vozes e resultou no livro “Brasil: Nunca Mais”, lançado em 15 de julho de 1985, quatro meses depois do início da fase de abertura política no Brasil.
E o que o Maranhão tem a ver com esse período nebuloso de torturas, desaparecimento de presos políticos, perseguição e morte? Vamos falar sobre isso mais adiante.
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