sábado, 12 de maio de 2012
Jomar na banda larga
Jomar Moraes, depois de muita resistência, está aos poucos se familiarizando com o mundo da informática. Para quem o conhece de perto, isso é quase uma revolução.
Numa dessas visitas à rua dos Abacateiros, no Renascença, acabei convencendo-o a ceder à tecnologia, e Jomar conta agora com um notebook de última geração na sua mesa de trabalho.
Logo de início, a convivência com o equipamento não foi nada amistosa. Desconfiado, Jomar olhava para o computador, resmungava, maldizia os efeitos da cibernética até deixar a geringonça ali esquecida num plano secundário da velha biblioteca.
E assim seguiu por uns dias, sempre recorrendo à sua surrada e boa Remington, a máquina fiel que nunca o deixou na mão na datilografia de suas dezenas de livros já editados e das crônicas que publica semanalmente no jornal O Estado do Maranhão.
Mas um dia Jomar percebeu que o notebook não é coisa do outro mundo como ousou desconfiar durante muito tempo. Percebeu, por exemplo, que naquele pequeno computador cabe todo o acervo da sua biblioteca e ainda mais alguns livros da biblioteca do vizinho e do quarteirão inteiro.
Entendeu, enfim, que pela internet pode matar a saudade e visitar, a qualquer hora do dia ou da noite, o museu de Quito ou o arquivo ultramarino de Lisboa.
Em boa hora, Jomar reconheceu o valor necessário da correspondência instantânea e já admite a possibilidade de, quem sabe amanhã, vir a ter um endereço eletrônico.
No facebook ele acha que não se enturmaria muito facilmente, porque, afinal de contas, nunca foi um homem de curtir ou compartilhar de maneira fortuita. Vivido e passado na casca do alho, Jomar Moraes sabe que, pra comentar ou cutucar, só quando estritamente necessário.
E, no mais, embora esteja apenas degustando o primeiro mel de cabaça na lua de mel com a internet, timidamente desconversa se alguém lhe atribui fama (ou perfil) de tuiteiro.
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